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Reganho de peso após dieta, cirurgia bariátrica e uso de análogos do GLP-1: por que acontece e como evitar

reganho de peso

O emagrecimento é uma das maiores metas de saúde do século XXI, seja pela busca estética ou pela necessidade de prevenir doenças crônicas como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares. Contudo, um dos maiores desafios enfrentados por quem perde peso é manter o resultado a longo prazo. O chamado reganho de peso é frequente, independentemente do método utilizado: dietas, cirurgia bariátrica ou medicações como os análogos do GLP-1, incluindo o famoso Ozempic.

Neste artigo, vamos explicar por que isso acontece, trazer estatísticas atualizadas e apresentar estratégias práticas para evitar o efeito sanfona.


O que é reganho de peso?

O termo se refere ao aumento do peso corporal após uma fase de emagrecimento bem-sucedido. Ele pode ocorrer em graus diferentes: algumas pessoas recuperam poucos quilos, enquanto outras voltam ao peso inicial ou até ultrapassam esse valor.

Esse fenômeno não é apenas uma questão de força de vontade: existem mecanismos biológicos, hormonais e comportamentais que favorecem o reganho de peso, tornando a manutenção um desafio constante.


Reganho de peso após dietas

Dietas restritivas são um dos métodos mais utilizados para emagrecer, mas também um dos que mais apresentam altos índices de reganho.

📊 Estatísticas

  • Estudos mostram que mais de 80% das pessoas recuperam o peso perdido em até 5 anos após dietas muito restritivas.

  • Em alguns casos, o indivíduo pode recuperar até mais peso do que perdeu, fenômeno conhecido como overshooting.

🔬 Mecanismos envolvidos

  1. Adaptação metabólica – Quando a ingestão calórica cai muito, o corpo reduz o gasto energético basal para economizar energia.

  2. Hormônios da fome – A leptina (hormônio da saciedade) cai, enquanto a grelina (hormônio da fome) aumenta, favorecendo maior apetite.

  3. Fatores psicológicos – Restrições extremas podem gerar compulsão alimentar e episódios de descontrole.

💡 Dicas para evitar

  • Evitar dietas radicais e buscar mudanças sustentáveis no estilo de vida.

  • Focar em qualidade alimentar, e não apenas em calorias.

  • Associar dieta a atividade física regular para manter o gasto energético elevado.



Reganho de peso após cirurgia bariátrica

A cirurgia bariátrica é um dos tratamentos mais eficazes contra a obesidade, levando a perdas de 20% a 35% do peso corporal em média. No entanto, o reganho de peso também pode acontecer.

📊 Estatísticas

  • Estudos de longo prazo mostram que cerca de 20% a 30% dos pacientes apresentam reganho significativo (mais de 10 kg) após 5 a 10 anos da cirurgia.

  • Em até 50% dos pacientes, ocorre algum grau de recuperação do peso, mesmo que parcial.

🔬 Mecanismos envolvidos

  1. Adaptação do trato gastrointestinal – Com o tempo, o estômago e o intestino podem se adaptar, permitindo maior ingestão de alimentos.

  2. Fatores hormonais – Mudanças nos hormônios intestinais que favorecem o emagrecimento após a cirurgia podem diminuir com os anos.

  3. Comportamentais – Consumo de alimentos líquidos e ultraprocessados, ricos em calorias, facilita o reganho.

  4. Sedentarismo – A falta de atividade física reduz o gasto energético e aumenta a chance de recuperar peso.

💡 Dicas para evitar

  • Acompanhamento contínuo com equipe multidisciplinar (nutricionista, endocrinologista, psicólogo e cirurgião).

  • Manter atividade física regular.

  • Evitar álcool e alimentos ultraprocessados, que driblam a restrição gástrica.

  • Monitorar peso e composição corporal de forma periódica.



Reganho de peso após uso de análogos do GLP-1

Nos últimos anos, medicamentos como a semaglutida (Ozempic, Wegovy) e a tirzepatida (Mounjaro, Zepbound) revolucionaram o tratamento da obesidade. Eles atuam mimetizando o hormônio GLP-1, que aumenta a saciedade, reduz o apetite e melhora o controle glicêmico.

📊 Estatísticas

  • Estudos clínicos mostram perdas de até 15% do peso corporal com semaglutida e mais de 20% com tirzepatida.

  • Contudo, quando a medicação é interrompida, até dois terços do peso perdido pode ser recuperado em 1 ano.

  • Um estudo do Diabetes, Obesity and Metabolism (2022) mostrou que, após parar a semaglutida, pacientes recuperaram em média 11,6 pontos percentuais do peso perdido em 1 ano.

🔬 Mecanismos envolvidos

  1. Perda do efeito medicamentoso – Ao suspender o remédio, o apetite volta a aumentar.

  2. Controle comportamental reduzido – O medicamento ajuda no autocontrole, e sua retirada pode levar ao retorno de hábitos antigos.

  3. Adaptação do corpo – O organismo continua “lutando” para recuperar energia perdida, aumentando fome e reduzindo gasto.

💡 Dicas para evitar

  • Não suspender a medicação sem orientação médica.

  • Usar os análogos como parte de um tratamento global, com mudanças no estilo de vida.

  • Após a perda de peso, manter reeducação alimentar e atividade física como pilares da manutenção.

  • Avaliar, com o médico, a possibilidade de uso contínuo ou estratégias alternativas de manutenção.



Fatores comuns ao reganho de peso

Apesar das diferenças entre dieta, bariátrica e medicamentos, existem pontos em comum que explicam o fenômeno:

  • Biológicos: queda de leptina, aumento de grelina, adaptação metabólica.

  • Psicológicos: ansiedade, compulsão alimentar, baixa adesão a mudanças sustentáveis.

  • Sociais: ambientes obesogênicos, rotina corrida, fácil acesso a alimentos ultracalóricos.



Estratégias práticas para manter o peso perdido

  1. Atividade física regular

    • Fundamental para manter o gasto energético e preservar massa magra.

    • O American College of Sports Medicine recomenda 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada por semana.

  2. Alimentação balanceada

    • Priorizar proteínas magras, fibras, frutas, verduras e cereais integrais.

    • Evitar “calorias líquidas” como refrigerantes, sucos industrializados e álcool.

  3. Sono de qualidade

    • Dormir menos de 6 horas por noite aumenta grelina e reduz leptina, favorecendo o apetite.

  4. Controle do estresse

    • O cortisol elevado estimula o acúmulo de gordura abdominal e aumenta a vontade de comer alimentos calóricos.

  5. Acompanhamento profissional contínuo

    • Nutricionista e médico ajudam a ajustar dieta, exercícios e, quando necessário, medicamentos de apoio.

  6. Monitoramento constante

    • Pesagens semanais e avaliações de composição corporal ajudam a detectar pequenos ganhos antes que virem grandes.



Conclusão

O reganho de peso é um fenômeno comum e multifatorial, que pode acontecer após dietas, cirurgia bariátrica ou uso de análogos do GLP-1. Ele não deve ser interpretado como “fracasso”, mas sim como uma resposta natural do organismo em busca de equilíbrio.

Compreender os mecanismos por trás desse processo é o primeiro passo para combatê-lo. Mudanças sustentáveis no estilo de vida, associadas a acompanhamento médico e nutricional contínuo, são as chaves para evitar o efeito sanfona e garantir que a perda de peso seja duradoura.


Para agendar sua consulta com o Dr. Enio Panetti, entre em contato através do WhatsApp:




Ênio Panetti - CRM 52.56781-1


 
 
 

1 comentário


Excelente e detalhada abordagem sobre o reganho de peso pós-cirurgia bariátrica; quais são os marcadores psicológicos mais evidentes que um paciente deve monitorar para evitar a recidiva? Cordialmente <a href="https://jakarta.telkomuniversity.ac.id/en/lidar-sensors-on-drones-for-more-accurate-3d-mapping/">Telkom University Jakarta</a>

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​Ênio Panetti

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