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Remédios para resistência à insulina emagrecem?


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A resistência à insulina é uma condição metabólica cada vez mais comum e está fortemente associada ao ganho de peso, especialmente ao acúmulo de gordura abdominal. Diante disso, muitas pessoas buscam alternativas para controlar essa condição e, eventualmente, perder peso. Uma dúvida frequente entre os pacientes é: remédios para resistência à insulina emagrecem?


Vamos agora esclarecer  essa questão com base em evidências científicas. Explicaremos o que é resistência à insulina, quais são os principais medicamentos utilizados no tratamento, como eles funcionam no organismo e se, de fato, promovem o emagrecimento. Se você convive com essa condição ou tem curiosidade sobre o assunto, continue lendo.


O que é resistência à insulina?

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, responsável por permitir que a glicose entre nas células e seja utilizada como fonte de energia. Quando há resistência à insulina, as células passam a responder menos a esse hormônio, exigindo uma produção ainda maior por parte do pâncreas. Com o tempo, isso pode levar a um quadro de hiperinsulinemia e, se não tratado, evoluir para pré-diabetes ou diabetes tipo 2.


Sintomas da resistência à insulina

Os sintomas podem ser discretos ou até inexistentes no início, mas alguns sinais de alerta incluem:

  • Dificuldade para emagrecer

  • Aumento do apetite, especialmente por carboidratos

  • Acantose nigricans (manchas escuras na pele, especialmente no pescoço e axilas)

  • Ganho de peso, principalmente na região abdominal


Como a resistência à insulina interfere no peso?

A insulina tem um papel direto no metabolismo das gorduras. Quando está presente em excesso, ela favorece o armazenamento de gordura e dificulta sua queima. Ou seja, altos níveis de insulina no sangue tornam o emagrecimento muito mais difícil.

Além disso, pessoas com resistência à insulina costumam ter mais fome, especialmente por alimentos ricos em açúcar e carboidratos simples. Isso leva a um ciclo vicioso de ganho de peso, aumento da resistência e ainda mais dificuldade para emagrecer.


Tratamento da resistência à insulina

O tratamento da resistência à insulina envolve mudanças no estilo de vida, principalmente na alimentação e na prática de exercícios físicos. Em alguns casos, no entanto, o uso de medicamentos é indicado para ajudar no controle metabólico e na prevenção do diabetes tipo 2.


Principais pilares do tratamento:

  1. Dieta com baixo índice glicêmico

  2. Exercícios aeróbicos e musculação

  3. Controle do estresse e do sono

  4. Uso de medicamentos específicos

Agora, vamos focar no papel dos medicamentos e responder à pergunta central: remédios para resistência à insulina emagrecem?


Quais são os remédios usados para tratar resistência à insulina?


Diversos medicamentos podem ser usados para melhorar a sensibilidade à insulina. Entre os mais utilizados estão:

1. Metformina ( Glifage)

A metformina é o remédio mais prescrito para resistência à insulina e pré-diabetes. Seu mecanismo de ação inclui:

  • Redução da produção hepática de glicose

  • Aumento da sensibilidade das células à insulina

  • Leve diminuição da absorção de glicose intestinal


Metformina emagrece?

Sim, a metformina pode ajudar na perda de peso, embora esse não seja seu principal objetivo. Estudos mostram que pacientes com resistência à insulina que usam metformina podem perder entre 2 a 4 kg em alguns meses, especialmente quando associada à dieta e exercícios. A sociedade Brasileira de endocrinologia e diabetes classifica a metformina como neutra em relação ao peso: não interfere significativamente.

A metformina não é um remédio para emagrecer, e sua eficácia nesse sentido é pequena. Seu papel principal é metabólico, e o emagrecimento, quando ocorre, é um  efeito secundário do melhor controle da insulina.


2. Inibidores do SGLT2 (ex: empagliflozina, dapagliflozina)

Esses medicamentos foram desenvolvidos para tratar o diabetes tipo 2, mas vêm sendo usados também em pacientes com resistência à insulina, obesidade e síndrome metabólica.

Eles funcionam bloqueando a reabsorção de glicose pelos rins, levando à eliminação do açúcar pela urina.


Inibidores do SGLT2 emagrecem?

Sim. Ao eliminar glicose na urina, esses medicamentos provocam uma perda calórica diária, o que contribui para o emagrecimento. A perda de peso varia entre 2 a 5 kg em média, dependendo da duração do tratamento e dos hábitos alimentares do paciente.

Além disso, esses remédios podem melhorar a pressão arterial e reduzir o risco cardiovascular, sendo indicados em pacientes com múltiplos fatores de risco.


3. Agonistas do GLP-1 (ex: liraglutida, semaglutida)

Os análogos de GLP-1 são hoje os medicamentos mais promissores tanto para diabetes quanto para emagrecimento. Eles imitam a ação do hormônio GLP-1, que:

  • Aumenta a saciedade

  • Retarda o esvaziamento gástrico

  • Reduz o apetite

  • Melhora a secreção de insulina


Agonistas do GLP-1 emagrecem?

Definitivamente, sim. A semaglutida, por exemplo, é o princípio ativo do famoso remédio Ozempic (usado para diabetes) e do Wegovy (versão específica para obesidade). Pacientes podem perder até 15% do peso corporal com esse tipo de medicação, quando associada à reeducação alimentar.


É importante ressaltar que esses medicamentos só devem ser usados com prescrição médica, e seus efeitos colaterais (como náuseas, constipação e risco de pancreatite) precisam ser monitorados.


Quando os remédios para resistência à insulina são indicados?

O uso de medicamentos deve ser avaliado individualmente. Nem todo paciente com resistência à insulina precisa de remédio. Em geral, a indicação ocorre quando:

  • Há dificuldade de reduzi-la  mesmo com dieta e exercício

  • Existem fatores de risco associados, como hipertensão, dislipidemia ou histórico familiar de diabetes

  • O paciente apresenta pré-diabetes ou síndrome metabólica

  • A resistência à insulina está causando sintomas metabólicos importantes


É possível emagrecer só com os remédios?

É importante deixar claro que nenhum remédio substitui a alimentação saudável e a prática de atividade física. Os medicamentos podem ajudar, mas o sucesso do tratamento depende principalmente do estilo de vida do paciente.


Pessoas que usam remédios e mantêm uma dieta desequilibrada, rica em açúcar e carboidratos refinados, dificilmente terão bons resultados no controle da resistência à insulina ou na perda de peso.


Riscos do uso indiscriminado de remédios

O uso de medicamentos sem orientação médica, especialmente os agonistas de GLP-1 como a semaglutida, tem crescido de forma preocupante. É comum vermos nas redes sociais pessoas usando esses remédios apenas para emagrecer, sem indicação clínica.

Isso pode causar diversos problemas:

  • Efeitos colaterais intensos (náuseas, vômitos, diarreia)

  • Perda de massa muscular

  • Deficiências nutricionais

  • Efeito rebote após a interrupção

  • Uso de doses inadequadas e riscos à saúde


O papel da alimentação na resistência à insulina

Embora os medicamentos sejam importantes em muitos casos, a alimentação é a base do tratamento da resistência à insulina. Uma dieta focada em:

  • Alimentos com baixo índice glicêmico

  • Fibras solúveis (aveia, chia, legumes)

  • Proteínas magras

  • Gorduras boas (abacate, azeite de oliva, castanhas)

  • Redução de açúcares simples e farinhas refinadas

…pode melhorar significativamente a sensibilidade à insulina, mesmo sem o uso de medicamentos.


Exercícios físicos: um remédio natural

O exercício físico é um dos tratamentos mais eficazes para melhorar a ação da insulina. Atividades aeróbicas (como caminhada, corrida, bicicleta) e o treino de força (musculação) têm efeitos diretos na sensibilidade das células.

Recomenda-se pelo menos 150 minutos por semana de atividade física moderada para obter benefícios metabólicos.


Conclusão: remédios para resistência à insulina emagrecem?

Sim, alguns medicamentos usados para tratar a resistência à insulina podem contribuir para o emagrecimento, principalmente os agonistas do GLP-1.

No entanto, é fundamental entender que:

  • O emagrecimento não é o principal objetivo desses remédios, mas um efeito colateral positivo do controle metabólico.

  • O sucesso do tratamento depende principalmente do estilo de vida do paciente.

  • O uso de qualquer medicamento deve ser orientado por um profissional de saúde, considerando os riscos, benefícios e características individuais.

Se você está lutando contra a balança e suspeita que a resistência à insulina pode ser a causa, procure avaliação médica. Com o diagnóstico certo, uma boa estratégia alimentar e, se necessário, o uso de medicação adequada, é possível melhorar a saúde, diminuir a resistência à insulina, reduzir o peso  de forma segura e duradoura.



Referências Bibliográficas –

DRUCKER, D. J. Mechanisms of action and therapeutic application of glucagon-like peptide-1. Cell Metabolism, v. 27, n. 4, p. 740–756, 2018.

BAGGIO, L. L.; DRUCKER, D. J. Glucagon-like peptide-1 receptors in the brain: controlling food intake and body weight. Journal of Clinical Investigation, v. 124, n. 10, p. 4223–4226, 2014.

WILDING, J. P. H. et al. Once-weekly semaglutide in adults with overweight or obesity. New England Journal of Medicine, v. 384, p. 989–1002, 2021.

DEFRONZO, R. A. et al. Type 2 diabetes mellitus: a multifaceted disease. Diabetes Care, v. 38, n. 8, p. 1771–1791, 2015.

ROSENSTOCK, J. et al. Efficacy and safety of semaglutid


 

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